Efeitos da adição de protease exógena na fermentação e no valor nutritivo de silagens de grãos reidratados de milho e sorgo

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Jun 10, 2023

Efeitos da adição de protease exógena na fermentação e no valor nutritivo de silagens de grãos reidratados de milho e sorgo

Scientific Reports volume 13, Artigo número: 7302 (2023) Citar este artigo 380 Acessos 1 Detalhes da Altmetric Metrics O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da adição de exógenos

Scientific Reports volume 13, Artigo número: 7302 (2023) Citar este artigo

380 acessos

1 Altmétrico

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O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da adição de protease exógena na fermentação e no valor nutritivo de silagens de grãos de milho e sorgo reidratados durante diversos períodos de armazenamento. Os tratamentos foram aplicados em combinação fatorial 2 × 6 × 3, com 2 tipos de grãos reidratados (milho e sorgo), 6 doses da enzima (0, 0,3, 0,6, 0,9, 1,2 e 1,5%, com base na matéria natural) e 3 períodos de fermentação (0, 60 e 90 dias) em delineamento inteiramente casualizado, com 4 repetições. Foi utilizada a protease aspergilopepsina I, de origem fúngica, produzida por Aspergillus niger. A concentração de ácido lático aumentou linearmente com o aumento da dose da enzima nas silagens de grãos de milho (CG) e sorgo (SG), aos 60 e 90 dias de fermentação. Houve aumento nas concentrações de nitrogênio amoniacal e proteína solúvel, bem como na digestibilidade in situ do amido nas silagens reidratadas de CG e SG, em comparação ao tratamento sem adição de protease. A adição de 0,3% de protease exógena no momento da ensilagem do CG e 0,5% no SG reidratado aumentou a atividade proteolítica durante a fermentação, proporcionando aumento na digestibilidade in situ do amido em menor tempo de armazenamento.

A silagem de grãos reidratados é o produto resultante da fermentação anaeróbica de grãos maduros, moídos, com umidade reconstituída, na qual microrganismos consomem carboidratos solúveis em água e produzem ácidos orgânicos de cadeia curta. É uma tecnologia de longa data1 que foi revivida nos últimos anos2,3,4,5,6. Em estudo realizado no Brasil, Bernardes et al.7 mencionaram que 52,4% dos produtores de leite adotavam silagem de grãos (milho ou sorgo) na dieta dos animais, 16,6% correspondiam à silagem de grãos de milho reidratada.

O uso desta tecnologia ganhou popularidade principalmente devido aos obstáculos comumente observados para a silagem de grãos de milho com alto teor de umidade, por exemplo, a janela estreita para colheita de grãos úmidos. Também permite compras estratégicas em tempos de baixos preços do milho. Além disso, o armazenamento de grãos reidratados como silagem pode eliminar ou reduzir o desenvolvimento de fungos e, consequentemente, evitar a contaminação por micotoxinas nos materiais armazenados, bem como podem ser alcançadas alterações positivas no valor nutricional da ração produzida2,8,9 .

Durante o processo de fermentação, as proteases microbianas, assim como os ácidos orgânicos produzidos pelas bactérias lácticas, promovem a solubilização da matriz proteica que envolve os grânulos de amido, aumentando a digestibilidade pelos microrganismos ruminais3,10. Entretanto, a silagem de grãos reidratados requer tempos de armazenamento mais longos para produzir maiores aumentos na digestibilidade da matéria seca5,11. Carvalho et al.11 relataram aumento na digestibilidade in vitro da matéria seca da silagem de grãos de milho reidratados aos 280 dias de armazenamento em comparação aos 30, 60, 90 e 150 dias de armazenamento. O aumento da digestibilidade in situ do amido da silagem de grãos de milho reidratados foi observado por Fernandes et al.12 após 120 dias de fermentação, em comparação ao milho na ensilagem, com valores de 92,0 e 72,0%, respectivamente. Para a silagem de grãos de sorgo reidratados, Santos et al.13 observaram que vacas alimentadas com dietas contendo silagens armazenadas por 30 dias apresentaram menor digestibilidade do amido (86,9%) em comparação com vacas alimentadas com dietas com silagens armazenadas por 90 dias (89,3%).

As proteases exógenas são aditivos promissores que promovem melhorias nutricionais em silagens de plantas de milho14, grãos de milho com alto teor de umidade15 e grãos de milho reidratados16, em tempos de armazenamento mais curtos, que variaram de 30 a 70 dias dependendo do tipo de silagem e da dose de enzima utilizada. Proteases são enzimas que hidrolisam cadeias peptídicas em condições adequadas de pH e temperatura, que, durante a fermentação, proporcionam aumentos nas concentrações de amônia e proteína solúvel em silagens que apresentam correlação positiva com a digestibilidade do amido, conforme relatado por Ferrareto et al.17 e Kung et al.15.